O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou nesta quarta-feira (16) a possibilidade de reimplantar o horário de verão ainda este ano. O governo irá avaliar, nos próximos meses, se é viável retomar a medida a partir de 2025.
Quando estava em vigor, o horário de verão era geralmente implementado entre outubro/novembro e fevereiro/março de cada ano. No caso deste ano, a medida poderia ser aplicada apenas em novembro, o que impediria o aproveitamento máximo do custo-benefício, já que o pico dessa eficiência ocorre entre outubro e meados de dezembro.
Desde sua adoção, que se tornou anual a partir de 1985, o horário de verão tem como objetivo promover a economia no consumo de energia, uma vez que proporciona mais tempo de luz natural. No entanto, devido às mudanças no comportamento da sociedade, a medida foi perdendo eficácia. Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) suspendeu o adiantamento dos relógios.
A discussão sobre o horário de verão retorna em 2024, não por sua capacidade de economizar energia, mas como uma alternativa para aproveitar a geração de energia solar, reduzindo a dependência de termelétricas, que são mais caras e poluentes.
💡 No início da noite, a geração solar diminui devido à falta de sol, enquanto, durante a madrugada, a geração eólica aumenta com a maior incidência de ventos.
💡 Entre a queda da energia solar e o aumento da energia eólica, ocorre um pico de consumo que precisa ser atendido por energia hidrelétrica ou térmica.
Com as medidas para conservar os reservatórios das usinas hidrelétricas em razão da seca, é necessário acionar mais termelétricas para atender a esse pico de consumo.
Ao adotar o horário de verão, o pico de consumo é deslocado para um período em que há maior geração solar, diminuindo a necessidade de complementar a produção com usinas térmicas.